Total de visualizações de página

http://www.eco4planet.com/pt/

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Usina de Belo Monte - Os custos de 'a qualquer preço'


Hoje, no jornal Valor Econômico, o ministro de Minas e Energia revelou que o custo para construção de um parque eólico, com a mesma capacidade de geração média de Belo Monte, seria de R$ 32 bilhões, valor inferior ao estimado para a construção da hidrelétrica, que gira em torno dos R$ 40 bilhões.
É verdade que o governo não assume que a hidrelétrica vai custar tudo isso. Ao contrário, insiste em reforçar que Belo Monte custará supostos R$ 19 bilhões. O  que não revela é que a conta não está completa, já que deixa de estimar os custos ambientais e sociais da empreitada, além dos pesados subsídios em isenção fiscal que nela estão embutidos.

Não foi à toa que empresas como a Camargo Corrêa e a Odebrecht caíram fora e, na hora H, não quiseram participar do leilão de Belo Monte, prevendo que teriam que arcar com o risco de um empreendimento cuja engenharia econômico-financeira está sendo manipulada pelo governo.
Lula já afirmou que irá “fazer Belo Monte de qualquer jeito”. Deixando para lá o sentido dúbio da frase, fica a dúvida: por que tanto esforço para viabilizar um projeto controverso, caro, cheio de problemas ambientais, sociais e econômicos se o Brasil pode, como um investimento menor, gerar energia limpa, segura e com impactos incomparavelmente menores?

Fonte: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Blog/

sábado, 24 de abril de 2010

Mais um problema para os oceanos...


Acidificação dos oceanos

"Sempre me pergunto por que são tão poucas as iniciativas voltadas para a conservação marinha no Brasil, mas particularmente em São Paulo. Ontem fui participar de uma mostra de vídeo aqui em São Paulo, na Sala Crisantempo. Um espaço muito legal e que tem realizado mostra de filmes ambientais dos mais variados.

Eu já tinha ido lá algumas outras vezes para debates e até mesmo para a projeção do filme O Mar é Nosso?

Ontem fui assistir a um documentário que fala sobre a questão da acidificação dos oceanos. O nome do filme em inglês é a A SEA CHANGE (site do filme: http://www.aseachange.net/), traduzido no Brasil para MUDANÇAS NO MAR.

O filme é sensacional e uma grande pena que ele tem circulado tão pouco no Brasil.

Pude participar ontem de uma mesa de debate com um dos diretores do filme Daniel de La Calle.

Você deve estar se perguntando que raios é essa tal de acidificação. Já temos outras ameaças complicadas, aquecimento global, pesca predatória, branqueamento de corais, desmatamento... mas esse tal de acidificação você nunca tinha ouvido falar, não é?

Pois é. O filme conta exatamente a história de um jornalista que leu um artigo sobre o assunto e ficou indignado ao perceber que essa ameaça, ainda invisível é tão prejudicial a biodiversidade marinha e por conseqüência a toda vida no Planeta Terra e acabaram escrevendo esse roteiro. Você pode assistir ao trailler aqui e ainda acessar o blog do filme.

A acidificação ocorre devido a absorção de CO2 da atmosfera pelos oceanos. Isso ocorre naturalmente e sempre ocorreu. A grande diferença é que agora temos muito mais CO2 na atmosfera e os oceanos estão absorvendo cada vez mais e ficando mais ácidos, afinal, se você misturar CO2 + H2O --> H2CO3, que é um ácido carbônico.

E qual é o problema da acidificação? Muitos. O primeiro deles é que como qualquer ácido, pense por exemplo na coca cola, enfraquece muitos materiais, dentre eles as conchas. Os animais com conchas são a base da cadeia e acabam morrendo e desestabilizando toda a vida marinha.

Aí, se não bastasse o aperto no peito que senti ao ver o filme ontem, chego hoje no escritório e fazendo uma busca em jornais internacionais percebo que o assunto está na pauta da mídia. Segundo a National Research Council, dos Estados Unidos, os mares estão absorvendo mais de um milhão de toneladas de CO2 por hora. Isso equivale a um terço de todas as emissões deste gás no globo. O aumento desses níveis cresce a uma velocidade nunca antes vista, de acordo com o estudo publicado nesta quinta-feira.

Desde o início da era industrial, há cerca de 200 anos, os oceanos do planeta já ficaram 30% mais ácidos, dizem os pesquisadores americanos. Não dá para acreditar!
Nesse ritmo, as previsões são catastróficas. Até o final do século, os mares aumentariam seus níveis de CO2 em 200%, conforme James Barry, um dos autores do estudo.
A acidificação está mudando a química dos oceanos numa escala e numa magnitude maiores do que se imagina ter ocorrido com a Terra milhões de anos atrás. E espera-se que isso provoque alterações no crescimento e na sobrevivência de uma ampla variedade de organismos marinhos. Como esses diferentes e belos seres aqui embaixo.

E o pior de tudo isso?
Ninguém aqui no Brasil está preocupado com o fato do aquecimento global estar ameaçando os oceanos, com o fato de estarmos perdendo a base da nossa cadeia marinha e que isso afetará toda a nossa vida e o planeta. Ninguém está preocupado com a morte dos corais, que estão sofrendo branqueamento. Ninguém está preocupado com a proteção dos oceanos... e isso me dá um aperto no peito maior ainda.

Espero que existam muitas outras iniciativas como essa da equipe do Sea Change e da Sala Crisantempo... para que a cada dia mais pessoas estejam preocupadas com a saúde e proteção dos nossos oceanos. Afinal, são eles os responsáveis pelo equilíbrio da temperatura do planeta."

Fonte: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Blog/

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Usina de Belo Monte - Desistências e Luta

Odebrecht e Camargo Corrêa desistem da usina de Belo Monte - 07/04/2010

Local: São Paulo - SP
Fonte: Amazonia.org.br
Link: http://www.amazonia.org.br

O consórcio formado pelas construturas Carmargo Corrêa e Odebrecht acaba de desistir do leilão da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, previsto para o próximo dia 20, informa o jornal Folha de S. Paulo.

Na prática, a desistência deu-se quando o consórcio não aderiu ao cadastramento da Eletronorte, cujo prazo venceu hoje às 17h.

Segundo a Folha, com a desistência da Camargo e da Odebrecht, o governo tenta às pressas convencer algum outro grupo empresarial a competir com o único consórcio que já registrou-se para a licitação, formado pela Andrade Gutierrez, a Neoenergia (associação entre a Iberdrola, a Previ e o Banco do Brasil) e dois autoprodutores de energia: a Vale e a Votorantim.

______


A luta conta contra a usina continua. Na última quinta-feira, mais de 100 organizações sociais e de direitos humanos encaminharam à ONU um documento sobre as ilegalidades e arbitrariedades no licenciamento de Belo Monte. O relatório denuncia as violações de direitos humanos que a hidrelétrica vai acarretar à população local e fala das intimidações sofridas pelos que se opuseram ao licenciamento.

Ignorando protestos de pesquisadores e comunidades tradicionais, o governo autorizou este ano a construção daquela que vai ser a terceira maior hidrelétrica do mundo. Se sair mesmo do papel, a barragem vai alagar mais de 50 mil hectares de floresta e desalojar pelo menos 20 mil pessoas.


Fonte: http://www.greenblog.org.br/

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Safra recorde e Cadastro Ambiental Rural: O ponto de mutação do agronegócio ?


A safra de grãos deve registrar este ano recorde histórico de 143 milhões de toneladas. A soja segue como carro-chefe com safra estimada em 67,5 milhões de toneladas, um aumento de 18% em relação ao ano passado. E as previsões de crescimento não param por aí. Segundo a Organização Mundial de Comércio (OMC), o Brasil é hoje o terceiro maior exportador mundial de produtos agrícolas, com crescimento médio anual de 18,6% no volume exportado (cerca de US$ 61,4 bilhões).
Chuvas abundantes e aumento da área plantada, além de melhoria na produtividade, são os fatores apontados pelos analistas de governo como determinantes para essa safra histórica e que garantem também vantagem competitiva do país na escalada rumo ao topo no ranking dos exportadores. Mas nessa subida como ficam as questões ambientais?
No Mato Grosso, segundo maior produtor brasileiro, a área plantada de soja aumentou 7,3% em relação à safra passada, principalmente no nordeste (aumento de 19%) e noroeste do estado (14%) que inclui parte do bioma Amazônia. Ao mesmo tempo, dados do IMAZON mostram uma tendência de queda de 35% no desmatamento acumulado para o Mato Grosso entre agosto de 2009 a janeiro de 2010, comparado a 2008-2009, um indicativo de que sim é possível chegar ao topo sem desmatar. Para isso as operações do governo federal, aumento da fiscalização estadual e restrição de crédito nos municípios que mais desmatam são fundamentais. Assim como o Cadastro Ambiental Rural (CAR), ferramenta adotada pelo governo do Mato Grosso (e desde dezembro obrigatória para todos os demais estados do bioma Amazônia) que pode contribuir para construir esse novo cenário.
O CAR permite monitorar as propriedades rurais, sendo essencial para assegurar que as atividades produtivas aconteçam de maneira responsável e em adequação à legislação ambiental. Depois de cadastrada, a propriedade pode obter a LAU (Licença Ambiental Única) que indica sua regularidade ambiental. Até o final de 2009, 7.200 LAU estavam ativas no Mato Grosso, somando 19,9 milhões de hectares licenciados. Restam ainda 73 milhões de hectares (78%) de área aguardando regularização ambiental. Avançar no cadastro ambiental rural é também o desafio do Pará, atual líder no ranking do desmatamento.
Esse desafio, no entanto, deve ser também da indústria e dos bancos. As indústrias da soja e da carne já admitiram a importância do CAR ao assumir compromissos que tem no CAR a principal ferramenta de suporte para controle do desmatamento. Ao exigir e apoiar seus fornecedores no processo de cadastro, os setores da soja e da carne também atendem a demanda crescente do mercado por uma produção que não implica em desmatamento. Já os bancos respaldados desde 2008 pela resolução 3545 do Conselho Monetário Nacional precisam ampliar a aplicação dessa medida que dá crédito aos produtores regularizados.
Assim o agronegócio brasileiro chegará ao seu ponto de mutação e o Brasil ao topo conciliando produção e meio ambiente.

(12.03.2010)

Fonte: http://www.greenblog.org.br/

quarta-feira, 31 de março de 2010

Água poluída mata mais que violência


A população mundial está poluindo os rios e oceanos com o despejo de milhões de toneladas de resíduos sólidos por dia, envenenando a vida marinha e espalhando doenças que matam milhões de crianças todo ano, disse a ONU.

“A quantidade de água suja significa que mais pessoas morrem hoje por causa da água poluída e contaminada do que por todas as formas de violência, inclusive as guerras”, disse o Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas (Unep, na sigla em inglês).

Em um relatório intitulado “Água Doente”, lançado para o Dia Mundial da Água, o Unep afirmou que dois milhões de toneladas de resíduos, que contaminam cerca de dois bilhões de toneladas de água diariamente, causaram gigantescas “zonas mortas”, sufocando recifes de corais e peixes.

O resíduo é composto principalmente de esgoto, poluição industrial e pesticidas agrícolas e resíduos animais.

Segundo o relatório, a falta de água limpa mata 1,8 milhão de crianças com menos de 5 anos de idade anualmente. Grande parte do despejo de resíduos acontece nos países em desenvolvimento, que lançam 90% da água de esgoto sem tratamento.

A diarréia, principalmente causada pela água suja, mata cerca de 2,2 milhões de pessoas ao ano, segundo o relatório, e “mais de metade dos leitos de hospital no mundo é ocupada por pessoas com doenças ligadas à água contaminada.”

O relatório recomenda sistemas de reciclagem de água e projetos multimilionários para o tratamento de esgoto.

Também sugere a proteção de áreas de terras úmidas, que agem como processadores naturais do esgoto, e o uso de dejetos animais como fertilizantes.

“Se o mundo pretende sobreviver em um planeta de seis bilhões de pessoas, caminhando para mais de nove bilhões até 2050, precisamos nos tornar mais inteligentes sobre a administração de água de esgoto”, disse o diretor da Unep, Achim Steiner, “O esgoto está literalmente matando pessoas.”

Fonte: http://www.eco4planet.com/pt/

sábado, 27 de março de 2010

Participe da Hora do Planeta HOJE! Apague as luzes de sua casa das 20h30 às 21h30.


Participem da HORA DO PLANETA, HOJE (27/03)! Apaguem as luzes de casa de 20h30 às 21h30.
Será a maior mobilização já feita na Terra, contra o aquecimento global.
125 países e várias cidades brasileiras participarão do movimento.
Site da Hora do Planeta: http://www.horadoplaneta.org.br/index.php


Milhões de pessoas apagarão as luzes na Hora do Planeta

Centenas de locais mundialmente famosos, como a Torre Eiffel ou a o la Cidade Proibida, ficarão às escuras neste sábado durante a Hora do Planeta, uma ação destinada a promover a luta contra o aquecimento climático durante o qual se prevê a participação de milhões de pessoas.

A Hora do Planeta acontece neste sábado (27) às 20h30, no horário local de cada país, e mais de 1.200 edifícios apagarão suas luzes.

Esta quarta edição, que acontece três meses depois do fracasso da cúpula do clima de Copenhague, promete ser a mais seguida, com 125 países participantes ante os 88 do ano anterior, anunciaram os organizadores.

"A acolhida dada à Hora do Planeta foi imensa. A taxa de resposta é muito superior ao ano passado", afirmou com satisfação o fundador do movimento, Andy Ridley. "Supõe-se que a operação Hora do Planeta vai ultrapassar as fronteiras geográficas e econômicas", acrescentou.

O movimento nasceu em Sydney em 2007, quando 2,2 milhões de pessoas permaneceram às escuras durante 60 minutos para sensibilizar a opinião pública sobre o consumo excessivo de eletricidade e a poluição por dióxido de carbono. Organizada pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF), a operação adquiriu uma dimensão mundial em 2008.

Muitas multinacionais como o Google, Coca-Cola, Hilton, McDonalds, Canon, HSBC ou Ikea aceitaram participar no apagão pelo bem do planeta.

Sydney será, pela diferença horária, a primeira a mergulhar na escuridão, com o apagar das luzes da Ópera. Depois as luzes serão apagadas nas Pirâmides do Egito, a Fontana de Trevi e a Torre de Pisa, na Itália, ou a Torre Eiffel de Paris.


Em Pequim, a Cidade Proibida e o emblemático Ninho do Pássaro, estádio dos Jogos Olímpicos de 2008, também ficarão às escuras. Estes apagões adquirem um significado especial neste país, símbolo de um crescimento econômico fulgurante acompanhado de uma contaminação que ostenta o título de maior poluente do mundo.

No Japão, o Memorial da Paz de Hiroshima participará na operação enquanto que os grupos Sony, Sharp e Asahi apagarão suas luzes em Tóquio. Em Dubai, a Burj Khalifa, a maior torre do mundo, sumirá na escuridão.

Em dezembro, a Conferência de Copenhague, sob patrocínio da ONU, desembocou em um acordo de mínimos entre 30 países, dos 192 participantes.

O acordo fixa como objetivo limitar a dois graus a elevação média da temperatura do planeta, mas é impreciso sobre como se conseguirá ao não cifrar objetivos a curto prazo (2020) nem a médio (2050).

Os grandes países em desenvolvimento, como a China e a Índia, se negam a aceitar obrigações vinculantes e consideram que os objetivos dos países industrializados estão muito longe de sua responsabilidade na poluição do planeta.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2010/03/26/milhoes+de+pessoas+apagarao+as+luzes+na+hora+do+planeta+9440393.html


"A Hora do Planeta é um ato simbólico da sociedade – você faz acontecer. Inspire-se e respeite a natureza em todas as horas de sua vida."

quinta-feira, 25 de março de 2010

Fim de algumas espécies terminaria com a humanidade em poucos meses


Muito além da cadeia alimentar

A perda de biodiversidade tornou-se um problema muito sério no mundo moderno e, por causa da atividade do ser humano, deu-se uma quebra no habitat de muitas plantas e animais que, consequentemente, não sobreviveram. A ciência é crucial para salvar os seres em risco, mas não é suficiente sem uma intervenção política em tempo útil. Por isso, para lembrar a importância da Biodiversidade e mobilizar consciências mundiais, 2010 foi escolhido para ser o Ano Internacional da Biodiversidade – lançado hoje e amanhã em Paris.

A multiplicidade de seres, existentes hoje, resulta de quatro mil milhões de anos de evolução de várias espécies e a ligação que mantida entre elas apoia numa regra simples: todos são necessários – e este é o princípio básico para manter a vida na Terra. Cada animal ou planta desempenha um papel que torna o sistema de funcionamento da Natureza perfeito ou, pelo menos, mantinha até o ser humano começar a ‘fazer mudanças’.

Segundo o biólogo O. E. Wilson, da Universidade de Harvard (EUA), os insetos são tão importantes que se viessem a desaparecer, “a humanidade provavelmente não sobreviveria mais do que poucos meses”.

A afirmação é taxativa e a explicação é simples: tendo em conta que a Biodiversidade se refere à variedade de vida no planeta Terra e às funções ecológicas executadas pelos organismos nos ecossistemas – inclui a totalidade dos recursos vivos, biológicos, e genéticos e os seus componentes –, a espécie humana depende dela para a sua sobrevivência. E não se trata apenas de uma questão de cadeia alimentar.

Por exemplo, se as aranhas desaparecessem todas ou grande parte delas, o número de insetos aumentaria e gerariam pragas – que devastariam campos de cultivo, acabando com o sustento de várias famílias, espalhando doenças que se multiplicariam e nos deixando sem meios para travar a maior parte dos vírus que daí adviessem, já que os insetos são os maiores transmissores de patologias.


Para a natureza, todos os seres são úteis e têm a sua razão de ser, fazendo parte de um contexto geral no qual o próprio ser humano tem o seu lugar. Albert Einstein já alertou: “Quando as abelhas desaparecerem da face da Terra, o homem terá apenas quatro anos de vida”. O processo seria lento, mas eficaz.

Este himenóptero tem um importante papel polinizador e todo o ecossistema seria alterado sem ele. A função ecológica das abelhas é fundamental na manutenção da diversidade de espécies vegetais e para a reprodução sexual das plantas.

Durante suas visitas às flores, estes insetos transferem o pólen de uma para outra, promovendo a chamada polinização cruzada – os grãos de pólen caem e atingem o estigma, o elemento feminino da flor, provocando a sua fecundação – e é nesse momento que ocorre a troca de gâmetas entre as plantas. Uma boa polinização garante a variabilidade genética dos vegetais e a formação de bons frutos.

As células existentes no ovário da flor desenvolvem-se, geram frutos e sementes que, germinando, fazem nascer novas plantas, garantindo a continuidade da vida vegetal.


Outro animal, aparentemente isolado, como o urso polar, que habita as regiões do círculo polar Árctico e territórios próximos como Canadá, Alasca, Sibéria, Gronelândia e ilhas próximas como Svalbard (Noruega) e Wrangel (Rússia), também contribui e sua falta pode chegar até nós de forma devastadora.

Se estes animais desaparecessem, haveria uma superabundância de peixes nessas zonas; logo, estes, em pouco tempo deixariam de ter alimentos – a flora marinha seria imediatamente afetada. As algas, por exemplo, são componentes importantes dos ecossistemas marinhos, contribuindo para elevar a biodiversidade. São plantas avasculares (possuem vasos de transporte), fotossintéticas (consumem dióxido de carbono e produzem oxigénio) e estão na base da cadeia trófica servindo de alimento a peixes, moluscos, esponjas, etc.

Um relatório divulgado pela associação internacional World Wide Fund For Nature (WWF), no ano passado, já avisava sobre o impacto das alterações climáticas sobre as espécies mais emblemáticas do planeta, e traçou um quadro assustador: “Imaginem um mundo sem elefantes na savana africana, onde os orangotangos apenas existem em cativeiro ou em que as imagens de ursos polares em cima de icebergs só persistem em filmes?”.

O urso polar é um dos animais mais ameaçados pelas alterações climáticas e está condenado a extinguir-se dentro de uns meros 75 anos. Com o degelo das calotes polares, muitos ursos têm sido encontrado afogados longe dos seus territórios naturais, vítimas do deslocamento de imensas massas de gelo que se separam com os animais em cima e que acabam por derreter, deixando-os longe de um local firme e levando-os a morrer.

Portugal

Ao longo dos últimos seis anos, mais de 70 cientistas de dez universidades portuguesas participaram na análise das condições naturais do nosso país e traçaram cenários sobre o nosso relacionamento com o meio ambiente até 2050. Tiveram em mente o bem-estar humano ao fazerem a avaliação de Portugal à mesma luz com que as Nações Unidas tinham patrocinado a ideia do levantamento a nível global.

O resultado apurado foi que 40 por cento dos rios estão em mau estado, 70 por cento das espécies de água doce estão ameaçadas, os recursos pesqueiros no oceano estão sobreexplorados e os escassos bons solos já estão afetados por “más práticas agrícolas e impermeabilização urbana”. O relatório da WWF compila dados de vários relatórios científicos e, segundo este, o cenário leva consequentemente à perda de biodiversidade.

No contexto da comemoração do Ano Internacional da Biodiversidade em 2010 proposta pela Organização das Nações Unidas, o governo português decidiu criar um Comitê de apoio à iniciativa, cujo objetivo é criar um conjunto de atividades comemorativas em Portugal e nos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). O Comitê Português para o Ano Internacional da Biodiversidade irá funcionar com o apoio da Comissão Nacional da UNESCO, criando parcerias com o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade.

Haverá uma série de exposições e ainda um concurso implementado nas escolas sobre “Alterações Climáticas e a Biodiversidade”, um Encontro Internacional de Jovens Cientistas do Futuro e uma ação de formação destinada a professores de Cabo Verde, entre outras iniciativas.

Pegada Ecológica

Cada ser vivo necessita de uma quantidade mínima de espaço natural produtivo para sobreviver. A Pegada Ecológica permite calcular a área de terreno produtivo necessária para sustentar o nosso estilo de vida e quanto maior for, mais recursos são consumidos e assim consequentemente, desde o tipo de alimentação, lixo produzido, energia utilizada, etc.

Segundo o Relatório Brundtland, na Pegada Ecológica está implícita a ideia de que dividimos o espaço com outros seres vivos e um compromisso geracional, isto é, “capacidade de uma geração transmitir à outra um planeta com tantos recursos como os que encontrou”. Este documento foi elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, faz parte de uma série de iniciativas, que reafirmam uma visão crítica do modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido pelas nações em desenvolvimento, e que ressaltam os riscos do uso excessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas.

Existem atividades diárias simples que podem contribuir para a diminuição da nossa Pegada Ecológica, como: reciclar, utilizar aparelhos elétricos e eletrônicos de baixo consumo, reduzir o uso de sistemas de climatização, investindo em bons isolamentos na habitação, preferir produtos produzidos localmente e especialmente ecológicos, pois consomem menos combustível no seu transporte, produzindo menos emissões e contribuem para a manutenção do emprego e para o desenvolvimento da economia regional, entre outros hábitos.

Se adotarmos comportamentos mais amigos do ambiente que, direta ou indiretamente, permitem reduzir a quantidade de recursos necessários às nossas atividades diárias, reduzir emissões de dióxido de carbono, isso poderá salvar a vida de algumas espécies, além da nossa “Humanidade”.

Fonte: Ciência Hoje (22 de janeiro de 2010)